PORTO (Richard Ribeiro) com participação de Mauricio Takara, dia 24.11 (terça-feira).

desenho: guilherme valério

Richard Ribeiro, baterista e compositor, lançou em 2009 o projeto Porto, onde mostra a diversidade de suas influências com um trabalho instrumental que mescla elementos do jazz, rock e improvisação.

Além de arranjos rítmicos criativos, destacam-se no projeto, as melodias de metalofone, tocadas sem que haja interrupção dos movimentos na bateria, além de disparar bases pré programadas. As apresentações vêm sendo feitas em duo com o guitarrista convidado Renato Ribeiro.

Richard Ribeiro tocou em bandas como Diagonal, Debate e atualmente toca com o São Paulo Undergound dividindo o posto de baterista com Mauricio Takara, que desta vez é seu convidado especial no PORTO.

Serviço:

24.11 (terça-feira)

Local: Tapas Club | Rua Augusta 1246 – SP

Discotecagem: Dj Mako (subsolo, kilo beat crew) e Rogério Martins (M.Takara 3, Hurtmold).

OBS: A Festa Engasgagato conta com o apoio da loja de discos BIG PAPA. A seleta de músicas tocada pelo os dj´s acima podem ser encontrado na simpática loja do “Big e da Mama”. Endereço: Rua Sete de Abril, 154 – Galeria Nova Barão (Rua Alta – Lj 30) Centro – SP | Telefone: 11- 3237-0176.

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Resenha do disco Fora de Hora por Lauro Mesquita para a revista +Soma:

cd ¨FORA DE HORA¨ lançado em 2009

O som sintetizado que começa “86”, a primeira música do disco estreia do Porto, deixa bem claro o que vem pela frente: uma busca musical que parte do ritmo. Uma procura que, mesmo quando tem belas melodias como base, vai atrás do movimento que se repete no cotidiano, das reincidências. As músicas coroam a maturidade de quem aprendeu a compor ritmicamente – no caso, Richard Ribeiro, originalmente baterista e hoje compositor e faz-tudo do Porto. A guitarra à Enio Morricone ajuda bastante nessa trajetória narrativo-musical que o disco sugere à nossa imaginação.

“86” é emblemática disso. Começa com ritmos eletrônicos e marimba bem minimalistas, que nos remetem a Steve Reich e Philip Glass, até que surge a guitarra em uma melodia dissonante e destacada, que se dilui em meio aos sons do início. O som progride linearmente, até que um estampido da caixa faz com que a guitarra assuma o papel principal, passando a ser acompanhada por uma bateria bem mais marcada. Um balanço de rock latino que nos leva a um terreno já explorado por War e Santana. Isso vira improvisação e volta ao rock. Aliás, a ligação com o rock é patente. Mesmo quando Richard parece extrair melodias sutis dos pratos e improvisa de um jeito mais abstrato, o seu campo não é o do free jazz e sim o do balanço do rock.

O jogo de pergunta e resposta tão roqueiro está presente em “Classificados”, em que tanto a guitarra quanto o metalofone dialogam, propondo outras perguntas e construindo uma dinâmica vigorosa, que leva o ouvinte a vários lugares. No final, a melodia volta ao começo. Em “Fora de Hora”, Richard retoma essa melancolia da guitarra. Tudo em cima de uma batida em uma caixa sem esteira para lá de marota. A melodia é minimalista e faz com que, a cada momento, o ouvinte pare em algum detalhe, apreenda uma mudança de dinâmica, algum novo som. E tudo, até a composição, volta ao ritmo, ao toque rudimentar da caixa de bateria, de onde tudo no Porto parece ter saído.

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